Casarão

arquitetura

O Casarão Pau Preto foi construído no início do século XIX, utilizando a taipa como técnica construtiva.

Forma para paredes de taipa de pilão.

Para levantar paredes de taipa-de-pilão era necessário o uso de formas móveis com peças encaixáveis que se moviam de acordo com a necessidade de elevar ou estender as paredes.

No interior da forma feita de tábuas era depositada uma massa composta majoritariamente por uma mistura de terra e água. Após o depósito da massa era necessário pilar, ou seja, compactá-la com de intensas batidas através do uso de uma ferramenta de madeira. A forma era desmontada após a massa estar seca e montada novamente acima ou ao lado e assim a parede ia se constituindo.

Para construir paredes de taipa-de-mão era necessário construir paredes feitas de madeira bruta e amarradas com cipó, esta estrutura levava o nome de “gaiola”. Depois da estrutura pronta os espaços vazios eram preenchidos com a massa de terra e água, mas, desta vez, com o uso das mãos.

Preparação da “gaiola” para a taipa de mão.

Em outras paredes foi identificado o uso de pedras, além de tijolos usados num segundo momento, quando o prédio sofreu alterações para adaptar-se às várias gerações da família Bicudo, que ali residiu desde 1885 até a década de 1980.

Por volta de 1885, o proprietário da Fazenda Pau Preto agregou a suas terras a chácara onde havia sido construído o Casarão e o transformou em sede da propriedade e, logo após, construiu ao lado do Casarão um prédio de tijolos para abrigar uma máquina a vapor para beneficiar café, sendo por muito tempo a única na cidade. Este prédio possui traços da arquitetura industrial inglesa, tendência na economia cafeeira quando na introdução de maquinários. Este prédio é denominado Tulha.

O Casarão foi residência por muito tempo. Na década de 1980 a fazenda Pau Preto, já recortada por ruas, tornou-se alvo do mercado imobiliário ocasionando a destruição parcial da Tulha. É neste momento que um movimento surge para impedir a total demolição.

Em 1983 o Casarão foi declarado de utilidade pública para nele ser instalado um museu. Após esta data o prédio sofre algumas intervenções e passa abrigar a Secretaria Municipal de Cultura.

O mesmo movimento originário para impedir a demolição do Casarão deu origem a Fundação Pró-Memória de Indaiatuba que se torna responsável pela preservação do imóvel.

Atualmente o Casarão abriga, além do Museu, a sede da Fundação Pró-Memória, a Biblioteca Rui Barbosa, o auditório Tulha e um espaço aberto com árvores centenárias remanescentes da antiga fazenda.

Fontes
Nilson Cardoso de Carvalho

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usos do Casarão

Acervo: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba

Por volta de 1885, o proprietário da Fazenda Pau Preto agregou a suas terras a chácara onde estava Casarão e o transformou em sede da propriedade e, logo após, construiu ao lado do Casarão um prédio de tijolos para abrigar uma máquina a vapor para beneficiar café, denominado Tulha.

A Tulha possui traços da arquitetura industrial inglesa, tendência na economia cafeeira quando na introdução de maquinários.

Na década de 1980 a fazenda Pau Preto, já recortada por ruas, tornou-se alvo do mercado imobiliário ocasionando a destruição parcial da Tulha. É neste momento que um movimento surge para impedir a total demolição.

Em 1983 o Casarão foi declarado de utilidade pública para nele ser instalado um museu. Após esta data o prédio sofre algumas intervenções e passa abrigar a Secretaria Municipal de Cultura.

O mesmo movimento criado para impedir a demolição do Casarão deu origem a Fundação Pró-Memória de Indaiatuba que hoje é responsável pela preservação do imóvel.

Atualmente o Casarão abriga, além do Museu, a sede da Fundação Pró-Memória, a Biblioteca Rui Barbosa, o auditório Tulha e um espaço aberto com árvores centenárias remanescentes da antiga fazenda.
Fonte: Cronologia Indaiatubana. Nilson Cardoso de Carvalho.


Japoneses na Fazenda Pau Preto


UNDOKAI (gincana esportiva) numa manhã de primavera, na primeira metade da década de 1950, no descampado que existia em frente ao Casarão.

Acervo: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba


Outro momento da Fazenda Pau Preto, quando colonos japoneses arrendaram as terras para a cultura de tomates.


Acervo: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba


A cultura de tomates em Indaiatuba tornou-se uma importante atividade econômica. Por muitos anos aconteceu a “Festa do Tomate”, com apresentação de cantores famosos, como por exemplo, Roberto Carlos, em 1972.



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proprietários

Joaquim Emígdio de Campos Bicudo  e

Escolástica Angélica da Fonseca

Nasceu a 5 de novembro de 1843 e em 1875 casou-se com Escolástica da Fonseca, filha de José Manoel da Fonseca Leite, que deu a Fazenda Pau Preto como dote ao casal.

Em 1885, Joaquim arrematou, em praça pública, a chácara que tinha sido do Vigário Antonio Casemiro da Costa Roriz, a qual tinha como sede o casarão, situado nas imediações da Igreja Matriz. Juntando esta chácara a outra que já possuía, ligou-as a fazenda Pau Preto, cuja sede transferiu para o casarão.

Joaquim construiu, ligado ao Casarão, um edifício, onde instalou uma máquina de beneficiar café movida a vapor. Esta foi, provavelmente, a primeira indústria movida a vapor instalada na área urbana de Indaiatuba. Funcionou durante muitos anos, constando, em 1910 como a única máquina de beneficiar café na cidade.

Faleceu, aos 48 anos, em 16 de abril de 1892, deixando oito filhos. A viúva Escolástica continuou as atividades empresariais do marido.

Escolástica casou-se, em 1875, com Joaquim Emígdio de Campos Bicudo, nesta ocasião o casal recebeu como dote do pai da noiva a Fazenda Pau Preto.

Após a morte do marido, em 1892, Escolástica dedicou-se a educação dos seus oito filhos e deu continuidade aos empreendimentos do marido: a Fazenda Pau Preto e a máquina de beneficiar café.

Escolástica era filha de José Manoel da Fonseca Leite, fazendeiro de Indaiatuba e, que no final do século XVIII, explorou minas de ouro em Cuiabá. 


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famílias



BICUDO
Sobrenome, primitivamente alcunha.
Do adjetivo bicudo, aplicado a quem tivesse um grande nariz.
Família muito nobre da cidade do Porto, Portugal.
Brasil: Importante família estabelecida em São Paulo procede de dois irmãos, naturais da Ilha de São Miguel que, em 1610, pediram à Câmara de São Paulo, 300 braças de terra em quadra, partindo pelo rio Carapicuíba; e neste requerimento declararam que havia muitos anos que habitavam esta terra, onde sempre ajudaram com suas pessoas e armas ao bem público, achando-se nas guerras que contra os portugueses moviam os bárbaros gentios que infestavam a terra.



FONSECA
Sobrenome de origem geográfica de Fonte Seca, Portugal. O primeiro a adotar o sobrenome Fon(t)seca foi Mem Gonçalves da Fonseca.
Em São Paulo, há uma família, muito numerosa, procedente de Manoel da Fonseca Callasa, natural de São Vicente (SP), que deixou descendência de seu casamento, em 1711, com Helena Dias de Siqueira. Entre os descendentes do casal, a filha Francisca Xavier da Fonseca que, por seu casamento, em 1734, em São Paulo, com um membro da família Leite Ribeiro tornou-se matriarca da família Fonseca Leite.

LEITE
Sobrenome, primitivamente alcunha, da comparação com o leite, da alvura de uma pessoa. Sobrenome de famílias espalhadas por todo território brasileiro. Em São Paulo, entre as mais antigas, originária das ilhas portuguesas, encontra-se a de Pascoal Leite (1576 – 1614), natural da Ilha de Santa Maria. Passou em serviços da coroa em 1599, às minas de São Paulo. Deixou descendência do seu casamento, em São Vicente, com Isabel do Prado.
            

 
COSTA
Sobrenome de origem geográfica, da quinta da Costa, comarca de Guimarães, Portugal, com posses em nome de Gonçalo da Costa, no tempo de D. Afonso I, o primeiro rei de Portugal, em 1129.
Numerosa foram as famílias, que passaram com esse sobrenome para o Brasil. Não se pode considerar que todos os Costas existentes no Brasil, mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram o este sobrenome vindas do lugarejo denominado Costa. Em São Paulo, entre as mais antigas, encontra-se a família de Fructuoso da Costa, que veio degredado do reino para a capitania do Espírito Santo. Em 1573 entrou em São Paulo no exercício de escrivão da Câmara. Deixou geração de seu casamento, por volta de 1575, com Beatriz Camacho.

Fontes:
Dicionário das Famílias Brasileiras